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NATAL: FESTA DO AMOR

As luzes e os adobes do Natal se de um lado ajudam a entrar no clima natalino, do outro podem nos impedir de focalizar o conteúdo mais importante deste período: a vinda de Jesus no meio dos homens, o mistério profundo de um Deus que assume a nossa natureza humana e torna-se nosso irmão.
Por este motivo o amor é a nota que caracteriza mais profundamente o Natal. Amor de Deus para conosco e a nossa resposta amorosa a Deus que se amplia aos irmãos. Na pergunta do escriba a Jesus: “Qual é o maior de todos os mandamentos?”, ele responde citando dois textos conhecidos na meditação de Israel: um do Deuteronômio - “Amarai o Senhor Deus com todo teu coração e com toda tua alma” e outro do Levítico - “Amarai o teu próximo como a ti mesmo”.
Os deveres do homem são muitos e é claro que assim deve ser. Jesus, porém, nos convida a não nos perdermos no matagal dos preceitos, mas olhar o essencial simplex e claro da lei cristã: amar Deus e os homens. É na capacidade de manter unidos estes dois amores que está a medida plena da fé. Jesus responde ao escriba dizendo que o mais importante dos mandamentos não é um só, mas dois perfeitamente unidos como as duas faces da mesma moeda.
Existem pessoas que para amar a Deus afastam-se dos homens e pessoas que para lutar pelos homens esquecem Deus. A Bíblia, na sua experiência, amadureceu a convicção de que estas duas atitudes introduzem na vida dos homens uma grande mentira.
Se você diz amar a Deus e despreza o próximo, não reage diante da injustiça e não luta contra a opressão: a qual Deus você se refere? Certamente não ao Deus de Jesus Cristo! E se você diz amar o próximo, estar a seu serviço e não reconhece e ama o único Deus e Senhor – parece dizer a Bíblia – pode cair facilmente na tentação de instrumentalizar os outros, pensas em libertar-los impondo as tuas ideias, a tua visão do mundo, a tua justiça: afinal será teu escravo.
O risco real é pensar e querer ajudar o homem a ser mais homem afastando-o da sua necessidade mais profunda, da sua busca de sentido na vida, do seu encontro com Deus. O Natal lembra isto: Deus é o único Senhor, a ele só devemos amar e adorar; o próximo é para ser amado, mas não adorado. O serviço ao homem não esgota a sede de amor do homem. Só a abertura a Deus leva à abertura ao próximo.
Natal é encontro verdadeiro entre Deus e os homens.   Feliz Natal!


Dom Mariano Manzana